sexta-feira, julho 17, 2009

MADEIRAS DE RIO


Exposição de fotografia a inaugurar hoje pelas 21.30 horas na Junta de Freguesia de São Victor na cidade de Braga.


...As embarcações que hoje dizemos tradicionais são para a Barcos do Norte os barcos de trabalho de pequena dimensão, em madeira, de fabrico artesanal, movidos sem propulsão mecânica e que operavam junto do porto de origem.

Como embarcações tradicionais, apenas sobreviveram até aos nossos dias, algumas de transporte e pesca local, por serem pequenas e de fácil e económica manutenção, maioritariamente em mau estado ou transformadas para recreio.

As poucas que resistiram como objecto de interesse cultural, resultam da acção de Autarquias, Museus, Associações e Clubes Náuticos que agora procuram encontrar maneira de as colocar na água novamente, visto que a lei já não permite que “trabalhem”, no sentido tradicional do termo.

Se não trabalharem perdem-se os gestos, as palavras, as ideias e os conceitos associados a cada arte náutica onde o barco é tão só a peça mais visível.

Perde-se com cada embarcação uma parte significativa da nossa cultura intangível, porque imaterial.

É em busca desse legado que demanda a Barcos do Norte...

As fotos agora apresentadas a publico são o testemunho possível de muitas dessas embarcações do passado.


João Baptista 2009

quarta-feira, abril 08, 2009

Museu Marítimo de Ílhavo


Exposição:
Frota de paz nos mares em guerra
Exposição de 18 Maio a 15 Outubro de 2009

quinta-feira, março 19, 2009

Povoa de Varzim, boletim cultural


Volume 42 2008
Edição comemorativa dos 50 anos da primeira publicação do Póvoa de Varzim Boletim Cultural editado pela Câmara Municipal.





A Barcos do Norte a convite da Directora do Boletim Dra. Maria da Conceição Nogueira também contribuiu com um artigo, Mulheres do Mar da Póvoa, acerca do papel da mulher na comunidade piscatória poveira.


Neste artigo é apresentado um inventário das profissões das mulheres do mar.
Inventário desenvolvido por entrevistas pela Associação Barcos do Norte entre 2002 e 2006





Separata do Póvoa de Varzim Boletim Cultural

domingo, fevereiro 01, 2009

Actividades da Barcos do Norte

Decorreu no último sábado dia 31 de Janeiro uma reunião do Conselho Assessor da Federação Galega pela Cultura Marítima e Fluvial na sua sede em Cambados.
O Conselho assessor, é composto por antigos membros das Juntas Directivas da Federação e por outras pessoas convidadas com forte implicação na vida da federação. Que me lembre nunca este conselho se tinha reunido. Para que a memória não se perca, foi uma ideia minha, a sua criação, na altura eu era vice-presidente da Federação durante o biénio de 2003 a 2005 sendo Xaquin Cuinas o Presidente. Foram dois anos difíceis, anos de mudança de mentalidades, a Federação deixou de ser vista como mais uma associação mas como uma direcção que representava todas as suas associações. Fiz ao longo destes anos todos, alguns milhares de quilómetros sempre por causa dos barcos, quase todos os fins-de-semana por lá andava. Deixei a direcção da Federação em Dezembro de 2007.
Na altura achamos por bem que se criasse um grupo de pessoas que nos momentos de decisões difíceis nos pudessem auxiliar com as suas opiniões. A Federação é composta por pessoas das mais distintas áreas mas que estão ligadas à cultura marítima porque todos se identificam com o barco, o símbolo por excelência da cultura marítima nas suas amplas vertentes.



Estivemos reunidos 11 membros da Federação; Anton, Fernando, Pablo, Victor, Braulio, Xocas, Dionísio, Isidro, Parada, Uxio e eu próprio.
Para aconchegar o estômago tínhamos pão queijo e presunto.
Das 12.30 até as 15.00 estivemos a falar de passado e futuro.


Depois fomos almoçar, seguiu-se o tradicional Cordeiro servido no bar a Fragua em S. Martinho de Meis, bar de um amigo de longa data onde quase sempre desde há uns anos terminamos as nossas reuniões, ali se come um cordeiro preparado com mestria acompanhado com um tinto Barrantes forte misturado com Gasosa que me faz lembrar o vinho tinto que se fazia em casa do Avó.




Entretanto alguns dos membros da nova direcção que estavam no almoço como tinham reunião pelas 17.00 da tarde foram-se embora.
A reunião continuou pela tarde agora só os antigos membros da directiva da Federação terminando depois das 18.30 .

Ficam algumas fotos para a posteridade.
Fotografias de João Baptista

domingo, novembro 23, 2008

A Catraia Nossa Senhora da Agonia em filmagens no rio Lima












Decorreram no Domingo dia 16 no estuário do rio Lima as filmagens com a embarcação tradicional Nossa Sr.ª da Agonia. Um domingo estupendo para a pratica de navegação, com bom vento e um sol magnifico.

As filmagens foram efectuadas por elementos da Associação Ao Norte, http://www.ao-norte.com/. com a colaboração do Clube de Vela de Viana do Castelo e da Associação Barcos do Norte e farão parte integrante do documentário sobre as embarcações tradicionais do rio Lima, filmagens que já levam alguns anos de investigação, podendo ser visto aqui a sinopse do trabalho em curso http://www.ao-norte.com/docs_em_prod_agua_arriba.htm

A embarcação atracada no pontão flutuante exterior da Marina de Viana do Castelo durante a tomada de algumas cenas relativas ao seu aparelhamento provocou a curiosidade de numerosas pessoas que a pé faziam a sua caminhada pela beira-rio, e que por ali ficaram a observar.

Durante cerca de três horas quem se acercou da beira-rio pode observar a catraia a navegar em toda a sua beleza, pois esta embarcação tem um porte e uma traça magnífica a navegar.
Pena que seja a única com estas características em Portugal a navegar ainda.
Sobre a Catraia Nossa Sra Da Agonia algumas notas de interesse:
CATRAIA PEQUENA OU BARCO DA FANECA DE VILA CHÃ

Em 2000 em Viana do Castelo, o Clube de Vela de Viana, inicia o projecto de salvaguarda e recuperação de uma embarcação original.
Embarcação filiada no modelo Poveiro, esta é uma Catraia Pequena ou Barco, com 5.5 mts, baptizada de “Nossa Sr.ª D`Agonia ” que arma 3 pares de remos e vela. Sendo esta uma embarcação com algumas características que a distinguem dos outros barcos, é uma embarcação originária de Vila Chã, freguesia a sul de Vila do Conde e que se dedicava à pesca da faneca, sendo por isso assim referenciada: Barco da faneca de Vila Chã, ou Fanequeira.

Esta embarcação é um barco original, construído cerca de 1977, nos seus últimos anos de vida na faina pescava na praia da Memória freguesia de Lavra, conselho de Matosinhos. Quando foi identificada por João Baptista em 1998 estava recolhida num armazém de praia, e já não pescava há vários anos por ter sido substituída por uma embarcação a motor de maior porte, (voadora). Desde essa data que nasceu a ideia da sua recuperação, sendo todo o projecto de recuperação e colocação na água a navegar da responsabilidade de João Baptista.

Depois de vários contactos a diversas entidades na cidade de Viana do Castelo durante dois anos só o Clube de Vela de Viana se mostrou disponível a acolher o projecto. Assim a sua recuperação foi possível, com o apoio da Câmara Municipal. Foi adquirida para integrar a Escola de Navegação tradicional do CVVC.

No mesmo ano 2000 realizou-se em Viana do Castelo o 1ª Encontro de Embarcações do rio Lima.

É hoje uma referência a nível nacional e internacional nos Encontros de Embarcações Tradicionais, nomeadamente na Espanha, Galiza, Málaga Cadaqués e França

Das particularidades interessantes desta embarcação destacamos o facto de em 1977 ainda se registarem em Portugal embarcações para a pesca local profissional à vela e remos, como consta no seu registo na capitania de Vila do Conde, que diz o seguinte:

A embarcação de pesca local denominada “SÔNIA MARIA” VC-1449-L foi registada nesta Repartição Marítima em 15 de Abril de 1977, á vela e remos.

Tipo de embarcação: Boca Aberta

Material do casco: Madeira,

Proa: Lançada, Popa: lançada.[1]

Sistema de propulsão: a Remos e vela

Classificação da embarcação: Pesca local com aparelhos de anzol.

As suas dimensões actuais são as seguintes:

Comprimento: 5.50mts,
Boca: 1.80mts,
Pontal: 0.60mts.

O Clube de Vela de Viana junta-se assim ao reduzido grupo de instituições no Norte de Portugal que têm embarcações tradicionais operacionais.

O retomar da participação da embarcação tradicional Nossa Sr.ª da Agonia em encontros de embarcações tradicionais resulta da colaboração entre a Associação Barcos do Norte e o Clube de Vela de Viana do Castelo
Na revista editada pela Federação Galaga pela Cultura Maritima e Fluvial,FGCMF no ano 2001 aquando do V Encontro de embarcações tradicionais da Galiza, sob o titulo Mares da saudade, foi publicado um pequeno texto sobre esta embarcação que pode ser consultado aqui:
http://www.culturamaritima.org/files/Revista-Poio-2001.pdf


[1] Construída a partir da ossada, também chamado de barco de duas proas, o qual a partir da quilha, da roda de proa, do cadaste e o cavername, tem uma forma muito esbelta uma ligeireza e elegância na água, fruto da sua proa muito lançada a terminar no capelo, e do cadaste de ré mais aprumado com popa a terminar fechada em bico. O pontal de proa maior, a boca mais afiada pelo seu lançamento e o seu bojo redondo com as cérceas de entrada e saída de água muito pronunciadas permitem que esta embarcação seja muito “maneira ou boieira” a navegar tanto a remos como á vela. Arma de dois a três pares de remos com cerca de 13 palmos (3metros), mastro e vela latina de pendão em pano-cru, geralmente encascado.

João Baptista
Fotos de Ana Baptista 2008

sábado, novembro 22, 2008

A Barcos do Norte no Colóquio "Octávio Lixa Filgueiras: Arquitecto de Culturas Marítimas"

A Barcos do Norte esteve presente no Colóquio Internacional “Octávio Lixa Filgueiras: Arquitecto de Culturas Marítimas”, organizado pelo Museu Marítimo de Ílhavo na pessoa de Ivone Magalhães que:

-apresentou a comunicação Patrimónios marítimos e fluviais do Norte de Portugal: uma abordagem centrada numa experiência associativa - A Barcos do Norte, no dia 17 de Novembro;
-participou como oradora na "Mesa-Redonda" intitulada Um triângulo Imperfeito: a obra de Octávio Lixa Filgueiras; Patrimónios marítimos e embarcações tradicionais; Museologia marítima, coordenada por Luís Martins, no dia 18 de Novembro.

Ivone Magalhães apresentando a sua comunicação.

Ivone Magalhães durante a Mesa Redonda.


quinta-feira, novembro 13, 2008

terça-feira, maio 27, 2008

Conversas do Mar

Ivone Magalhães representou a Barcos do Norte nas Conversas do Mar, um evento do Museu do Mar de Cascais - Rei D. Carlos, com a comunicação intitulada "O Património da água entre os rios Minho e Cávado", no dia 14 de Maio, em Cascais.


quarta-feira, março 15, 2006

QUEM SOMOS



















Associação Barcos do Norte- Associação para a Preservação Defesa e Estudo do Património Martimo

Fundada em 2002 em Viana do Castelo a Associação Barcos do Norte tem por objectivos a Preservação, a Defesa e o Estudo do Património Marítimo.

Cada comunidade humana gerou a sua própria arquitectura dos lugares ribeirinhos, organizados entre a igreja paroquial e a borda de água.

A arquitectura dos sítios, os modos de vestir, a gastronomia, os ritos do quotidiano, a arquitectura e o mobiliário das suas casas, as suas tecnologias com as ferramentas e alfaias, os seus barcos e as suas artes de pesca, a sua religiosidade e fé, os ritos do namoro, casamento e luto, a forma de transmissão de conhecimentos pela oralidade e pela experimentação, em resumo, a forma de pensar, de fazer, usar e sentir de cada comunidade, seja piscatória, marinheira ou agro-piscatória, dão ao território ribeirinho, fluvial ou atlântico, uma autenticidade genuína e única.

No norte de Portugal, entre o rio Douro e Minho, num território com pouco mais de 80Km de costa, é ainda possível seguir o percurso das antigas comunidades humanas que fizeram da água, afinal o seu modo de vida, trabalhando como embarcadiços, moços de bordo, marinheiros, pilotos, pescadores, construtores navais, calafates, pintores, salineiros, sargaceiros, vendedores de peixe, redeiros, cesteiros, artesãos, peixeiras, varinas, rematadeiras, rendilheiras, comerciantes e vendedores de mercadorias várias que oram entram num porto ora sobem ou descem um rio, a bordo de embarcações cuja tipologia naval se perde nos tempos da nossa própria nacionalidade.

Todos eles, afinal, homens e mulheres que cimentaram o nosso passado e construíram com as suas tradições ao longo da historia um legado único: a nossa identidade como povo.

É em busca desse legado que demanda a BARCOS DO NORTE.

Foto: Gamela Nossa Srª. da Graça e Galeão Ria de Ferrol