sábado, janeiro 30, 2010
domingo, janeiro 17, 2010
Do blog GILREU este texto que reproduzo na integra:
Portugal e Galiza, do interdito ao crucial pubicado em:As Artes Entre as Letras, quinzenário cultural,e na net:http://www.pglingua.org/;
http://www.vieiros.com/;
http://cidadesurpreendente.blogspot.com/;
http://trabalhadoresdocomercio.org/
http://www.nortadas.blogspot.com/
– um texto incómodo (a Norte e Sul do Minho) de cultura, de política
1.
Para o comum dos portugueses, o galego e a Galiza representam uma particularidade étnica e uma região entre outras, em que uma gaita-de-foles, as Rias Baixas e um bom marisco fazem quase toda a distinção para com o restante do Estado espanhol.Para alguns outros compatriotas, com alguma formação escolar, trazer-lhes-á uma remota ideia de uma literatura comum (a poesia trovadoresca), de algum relacionamento actual num tal de Eixo Atlântico, entremeado de alguns clichés sociais (o aguadeiro em Lisboa, o carregador na Ribeira, o trabalhador incansável) e talvez um preconceito histórico ligado a uma Mãe galega, Teresa, que perdeu uma batalha com o filho insubordinado que assumia pela primeira vez essa condição "superior" de português fundador, o "primeiro".
2.
Uma ditadura iníqua no século XX, uma Inquisição sanguinária (ainda que o Porto apenas tivesse tido um Auto-de-Fé, contrastando com as centenas em Lisboa e, sobretudo, de Évora e Goa) e um nacionalismo centralista afirmado sempre contra a imperial Castela, poderosa e ali ao lado, ajudaram a criar e a manter alguns dos grande mitos fundadores "nacionais", todavia vigentes, apoiados num desconhecimento que se encosta mais ao comodismo intelectual das ideias feitas do que a uma ignorância, também verdadeira, etária, geográfica e socialmente alastrada.Portugal, na sua vertente histórica de Condado Portucalense, despega-se do restante da Galiza por um acto, comum à época, de afirmação senhorial em relação a um suserano de quem não poderia já tirar vantagens, antes pelo contrário, já que toda uma Reconquista para sul prometia terras a perder de vista e levas de vassalos contribuintes. Com essa independência (do Reino de Leão), que dura há quase 900 anos, em que desenvolve as suas capacidades próprias sociais, estruturais, psicológicas e linguísticas, chega ao que é hoje: senhor de uma História rica e de uma língua pluricontinental de poder crescente.Mas a questão que sobra, ignota de muitos e relegada (por medo das consequências que poderia produzir e secundarizada pela iletrada tecnocracia vigente) é saber qual é nossa matriz cultural essencial?Nascemos do nada? Temos Viriato (que viveu seguramente a maior parte da sua vida em território hoje de Espanha) e os lusitanos (povo do qual nem sequer sabemos a língua que falava) apresentados como substrato nacional, porquê?Talvez a necessidade de afirmação nacional do ex-condado e do Portugal da altura obrigasse a um "desvio" no rigor dos nossos historiadores, comum a muitos povos, para fugir a uma verdade que poderia ainda abalar a nossa frágil independência? Talvez?A "lusitanização" de que se fala com muita frequência ao norte e ao sul do Minho, foi uma etiquetagem. Os portugueses encontraram no termo "lusitano" o mito genético para construírem uma independência mais segura. Pensariam que mantendo o cordão umbilical galego estariam mais sujeitos a uma intervenção da Grande Espanha (com Castela dominadora), que tinha absorvido a Galiza a norte do Minho, pois poderia induzir-se pretensão anexionista futura.Creio que foi esta a astúcia que permitiu justificar um Portugal, nascido do "nada" e "inventor" de uma língua que "sem origem" (a não ser o latim, apagando quase mil anos de História), e, por isso, Castela não tinha justificação nenhuma para impedir um povo/língua/cultura tão "diferente" do resto da Península, de ser independente. Recordemos, de passagem, que é o Cisma do Ocidente (1378-1417) que impondo a adaptação das estruturas eclesiásticas às estatais da altura, provoca de facto a separação política "final" entre as duas regiões.Mas porque é que hoje, integrados numa Europa que nos garante, valha-nos isso!, a paz e a segurança internacional, não retomamos o caminho da ciência e da verdade históricas e não afirmamos sem peias que Portugal é de matriz cultural essencialmente galega?Porque não se diz claramente que o galego é a nossa língua de partida, aquela de onde brotou a nossa variante, desenvolvida, apurada e internacionalizada, chamada português?Porque se persiste em não explicar desde a instrução primária essa origem comum, insistindo-se em "escavar sinais" de vontade autonómica nos séculos anteriores?As simples manobras de aproximação transfronteiriça, como muito bem assinalou Camilo Nogueira (um dos galeguistas mais esclarecidos na actualidade e que citamos aqui várias vezes), são um processo acomodatício, válido é claro para um relacionamento económico mais forte, mas que não basta para cumprir as nossas obrigações históricas e actuais, e defender o nosso passado e os nossos interesses.
3.
Nascidos antes mas estruturados nos movimentos liberais do século XIX, os Estados-nação já culminaram a sua função destruidora da diversidade política e nacional interna (CN). O conceito de que a um Estado, de fronteiras reconhecidas, corresponde uma nação de per si, com a lógica da jacobina igualdade cidadã e uma imposição de jure de uma língua comum, "aprofundando" assim a necessidade dessa comunidade linguística, "naturalmente " aceite, isto é, imposta por uma centralização, levaram, por exemplo, na França, à quase destruição, pelo menos ao aniquilamento político, da Bretanha, da Alsácia, da Córsega, do País d'Oc, e de outras nacionalidades, mais umas que outras, sobrevivendo ainda uns restos de sentimento nacional "recuperável" na ilha mediterrânica.Em Espanha, pese os esforços de Castela, três nações conseguiram resistir até hoje, mantendo não apenas as suas línguas nacionais, mas também acesa a chama nacional e a vontade de perseguir os desígnios próprios a cada nação, a soberania à cabeça.A ideologia "nacionalista" do Estado-nação (o pior dos "nacionalismos", porque disfarçado de supranacional) projecta sobre as nações internas a acusação de pretenderem a constituição de nações etnicamente uniformes, contrapondo a ideia de povo à de território, que seria a própria de Estados como o espanhol, que teriam assim os atributos da pluralidade, da diversidade e, incluso, da mestiçagem e da democracia (CN).Na Galiza - ou não fosse tão igual a nós - existe uma situação de impasse, motivada, é certo, pela pressão terrorista de um centralismo avassalador, mas sobretudo por um movimento nacionalista preso a um esquerdismo - que é a doença infantil do galeguismo - que recusa abrir-se a outras camadas sociais ou que indistingue luta nacional e luta social, prejudicando gravemente um objectivo próprio, horizontal e acima de qualquer outro (acima, disse bem!), dando a volta, mas cedendo no fundo (e ainda com C. Nogueira) ao marxismo dogmático de Hobsbawn que qualifica os nacionalismos das nações sem Estado, como um fenómeno historicamente transitório, identificável com os interesses das burguesias, à maneira do que, em Portugal, deve ser o pensamento de um Bloco de Esquerda sobre esta questão, ou de outra "esquerda", mais larga e novo-rica que confunde o ser do mundo com a perda empobrecedora da personalidade própria (CN).
4.
Na Galiza, o eixo principal pelo qual a luta nacional tem de passar, e que "beneficiou" neste momento do ataque desenfreado do espanholismo linguístico (que acusou os nacionalismos de querer impedir o bilinguismo, quando o problema é exactamente o inverso) é o da língua.O nacionalismo, presa ainda do conceito maximalista atrás citado e, nalguns sectores, ainda de um isolacionismo (bem burguês (pequeno), aliás) hesita em tomar a peito esta questão, armando-se da coragem dos Pais Nacionais do galeguismo político (primeira metade do Século XX).Se ser nação é assumir a possibilidade de construir um Estado. mais verdade ainda é ser nação é que a língua própria seja indiscutivelmente a língua nacional" (CN). E esta, o galego só a pode cumprir cabalmente, se for aglutinadora e cimento de um povo, se se lhe der a continuidade histórica necessária, aquela que o galego enquanto tal, remetido durante muitos séculos a língua apenas oral e rural, não pôde beneficiar, mas que o galego, enquanto português, se temperou, tornando-se não apenas língua literária de larga produção mas ainda língua pluricontinental, a quinta mais falada no mundo (maternal).
Citamos o mais conhecido galeguista português, até hoje, Rodrigues Lapa:Certos indivíduos, arvorados em linguistas, ignoram ou fingem ignorar a diferença entre vários tipos de língua: a que falamos no trato quotidiano, propriamente a fala; a que empregamos na escrita; e a que é mais elaborada e usamos na literatura. As duas pontas desta cadeia são obviamente a fala e a língua literária. Não é lícito confundi-las. O processo da língua oral é simples: uma vez lançada a mensagem, o signo é esquecido; mas o enunciado literário não morre por ter servido, "está feito expressamente para renascer das suas cinzas e tornar a ser indefinidamente o que acaba de ser", assim escreveu Paulo Valéry.A recuperação literária do galego padece de um erro fundamental: a transplantação pura e simples da fala corrente para o texto dos livros. Não é assim que se forja uma literatura.
Considerar o galego como parte integrante do sistema linguístico galego-português-brasileiro, com o nome internacional de português, aproximar radicalmente (em sentido próprio) o galego escrito da norma portuguesa-brasileira, enriquecer a nossa língua comum dos milhares de vocábulos e expressões galegas, eis o caminho a percorrer: o que falta.
Bruxelas, 17 de Dezembro de 2009
Joaquim Pinto da Silva (galego do sul, português do norte)
aqui :http://gilreu.blogspot.com/
http://www.vieiros.com/;
http://cidadesurpreendente.blogspot.com/;
http://trabalhadoresdocomercio.org/
http://www.nortadas.blogspot.com/
– um texto incómodo (a Norte e Sul do Minho) de cultura, de política
1.
Para o comum dos portugueses, o galego e a Galiza representam uma particularidade étnica e uma região entre outras, em que uma gaita-de-foles, as Rias Baixas e um bom marisco fazem quase toda a distinção para com o restante do Estado espanhol.Para alguns outros compatriotas, com alguma formação escolar, trazer-lhes-á uma remota ideia de uma literatura comum (a poesia trovadoresca), de algum relacionamento actual num tal de Eixo Atlântico, entremeado de alguns clichés sociais (o aguadeiro em Lisboa, o carregador na Ribeira, o trabalhador incansável) e talvez um preconceito histórico ligado a uma Mãe galega, Teresa, que perdeu uma batalha com o filho insubordinado que assumia pela primeira vez essa condição "superior" de português fundador, o "primeiro".
2.
Uma ditadura iníqua no século XX, uma Inquisição sanguinária (ainda que o Porto apenas tivesse tido um Auto-de-Fé, contrastando com as centenas em Lisboa e, sobretudo, de Évora e Goa) e um nacionalismo centralista afirmado sempre contra a imperial Castela, poderosa e ali ao lado, ajudaram a criar e a manter alguns dos grande mitos fundadores "nacionais", todavia vigentes, apoiados num desconhecimento que se encosta mais ao comodismo intelectual das ideias feitas do que a uma ignorância, também verdadeira, etária, geográfica e socialmente alastrada.Portugal, na sua vertente histórica de Condado Portucalense, despega-se do restante da Galiza por um acto, comum à época, de afirmação senhorial em relação a um suserano de quem não poderia já tirar vantagens, antes pelo contrário, já que toda uma Reconquista para sul prometia terras a perder de vista e levas de vassalos contribuintes. Com essa independência (do Reino de Leão), que dura há quase 900 anos, em que desenvolve as suas capacidades próprias sociais, estruturais, psicológicas e linguísticas, chega ao que é hoje: senhor de uma História rica e de uma língua pluricontinental de poder crescente.Mas a questão que sobra, ignota de muitos e relegada (por medo das consequências que poderia produzir e secundarizada pela iletrada tecnocracia vigente) é saber qual é nossa matriz cultural essencial?Nascemos do nada? Temos Viriato (que viveu seguramente a maior parte da sua vida em território hoje de Espanha) e os lusitanos (povo do qual nem sequer sabemos a língua que falava) apresentados como substrato nacional, porquê?Talvez a necessidade de afirmação nacional do ex-condado e do Portugal da altura obrigasse a um "desvio" no rigor dos nossos historiadores, comum a muitos povos, para fugir a uma verdade que poderia ainda abalar a nossa frágil independência? Talvez?A "lusitanização" de que se fala com muita frequência ao norte e ao sul do Minho, foi uma etiquetagem. Os portugueses encontraram no termo "lusitano" o mito genético para construírem uma independência mais segura. Pensariam que mantendo o cordão umbilical galego estariam mais sujeitos a uma intervenção da Grande Espanha (com Castela dominadora), que tinha absorvido a Galiza a norte do Minho, pois poderia induzir-se pretensão anexionista futura.Creio que foi esta a astúcia que permitiu justificar um Portugal, nascido do "nada" e "inventor" de uma língua que "sem origem" (a não ser o latim, apagando quase mil anos de História), e, por isso, Castela não tinha justificação nenhuma para impedir um povo/língua/cultura tão "diferente" do resto da Península, de ser independente. Recordemos, de passagem, que é o Cisma do Ocidente (1378-1417) que impondo a adaptação das estruturas eclesiásticas às estatais da altura, provoca de facto a separação política "final" entre as duas regiões.Mas porque é que hoje, integrados numa Europa que nos garante, valha-nos isso!, a paz e a segurança internacional, não retomamos o caminho da ciência e da verdade históricas e não afirmamos sem peias que Portugal é de matriz cultural essencialmente galega?Porque não se diz claramente que o galego é a nossa língua de partida, aquela de onde brotou a nossa variante, desenvolvida, apurada e internacionalizada, chamada português?Porque se persiste em não explicar desde a instrução primária essa origem comum, insistindo-se em "escavar sinais" de vontade autonómica nos séculos anteriores?As simples manobras de aproximação transfronteiriça, como muito bem assinalou Camilo Nogueira (um dos galeguistas mais esclarecidos na actualidade e que citamos aqui várias vezes), são um processo acomodatício, válido é claro para um relacionamento económico mais forte, mas que não basta para cumprir as nossas obrigações históricas e actuais, e defender o nosso passado e os nossos interesses.
3.
Nascidos antes mas estruturados nos movimentos liberais do século XIX, os Estados-nação já culminaram a sua função destruidora da diversidade política e nacional interna (CN). O conceito de que a um Estado, de fronteiras reconhecidas, corresponde uma nação de per si, com a lógica da jacobina igualdade cidadã e uma imposição de jure de uma língua comum, "aprofundando" assim a necessidade dessa comunidade linguística, "naturalmente " aceite, isto é, imposta por uma centralização, levaram, por exemplo, na França, à quase destruição, pelo menos ao aniquilamento político, da Bretanha, da Alsácia, da Córsega, do País d'Oc, e de outras nacionalidades, mais umas que outras, sobrevivendo ainda uns restos de sentimento nacional "recuperável" na ilha mediterrânica.Em Espanha, pese os esforços de Castela, três nações conseguiram resistir até hoje, mantendo não apenas as suas línguas nacionais, mas também acesa a chama nacional e a vontade de perseguir os desígnios próprios a cada nação, a soberania à cabeça.A ideologia "nacionalista" do Estado-nação (o pior dos "nacionalismos", porque disfarçado de supranacional) projecta sobre as nações internas a acusação de pretenderem a constituição de nações etnicamente uniformes, contrapondo a ideia de povo à de território, que seria a própria de Estados como o espanhol, que teriam assim os atributos da pluralidade, da diversidade e, incluso, da mestiçagem e da democracia (CN).Na Galiza - ou não fosse tão igual a nós - existe uma situação de impasse, motivada, é certo, pela pressão terrorista de um centralismo avassalador, mas sobretudo por um movimento nacionalista preso a um esquerdismo - que é a doença infantil do galeguismo - que recusa abrir-se a outras camadas sociais ou que indistingue luta nacional e luta social, prejudicando gravemente um objectivo próprio, horizontal e acima de qualquer outro (acima, disse bem!), dando a volta, mas cedendo no fundo (e ainda com C. Nogueira) ao marxismo dogmático de Hobsbawn que qualifica os nacionalismos das nações sem Estado, como um fenómeno historicamente transitório, identificável com os interesses das burguesias, à maneira do que, em Portugal, deve ser o pensamento de um Bloco de Esquerda sobre esta questão, ou de outra "esquerda", mais larga e novo-rica que confunde o ser do mundo com a perda empobrecedora da personalidade própria (CN).
4.
Na Galiza, o eixo principal pelo qual a luta nacional tem de passar, e que "beneficiou" neste momento do ataque desenfreado do espanholismo linguístico (que acusou os nacionalismos de querer impedir o bilinguismo, quando o problema é exactamente o inverso) é o da língua.O nacionalismo, presa ainda do conceito maximalista atrás citado e, nalguns sectores, ainda de um isolacionismo (bem burguês (pequeno), aliás) hesita em tomar a peito esta questão, armando-se da coragem dos Pais Nacionais do galeguismo político (primeira metade do Século XX).Se ser nação é assumir a possibilidade de construir um Estado. mais verdade ainda é ser nação é que a língua própria seja indiscutivelmente a língua nacional" (CN). E esta, o galego só a pode cumprir cabalmente, se for aglutinadora e cimento de um povo, se se lhe der a continuidade histórica necessária, aquela que o galego enquanto tal, remetido durante muitos séculos a língua apenas oral e rural, não pôde beneficiar, mas que o galego, enquanto português, se temperou, tornando-se não apenas língua literária de larga produção mas ainda língua pluricontinental, a quinta mais falada no mundo (maternal).
Citamos o mais conhecido galeguista português, até hoje, Rodrigues Lapa:Certos indivíduos, arvorados em linguistas, ignoram ou fingem ignorar a diferença entre vários tipos de língua: a que falamos no trato quotidiano, propriamente a fala; a que empregamos na escrita; e a que é mais elaborada e usamos na literatura. As duas pontas desta cadeia são obviamente a fala e a língua literária. Não é lícito confundi-las. O processo da língua oral é simples: uma vez lançada a mensagem, o signo é esquecido; mas o enunciado literário não morre por ter servido, "está feito expressamente para renascer das suas cinzas e tornar a ser indefinidamente o que acaba de ser", assim escreveu Paulo Valéry.A recuperação literária do galego padece de um erro fundamental: a transplantação pura e simples da fala corrente para o texto dos livros. Não é assim que se forja uma literatura.
Considerar o galego como parte integrante do sistema linguístico galego-português-brasileiro, com o nome internacional de português, aproximar radicalmente (em sentido próprio) o galego escrito da norma portuguesa-brasileira, enriquecer a nossa língua comum dos milhares de vocábulos e expressões galegas, eis o caminho a percorrer: o que falta.
Bruxelas, 17 de Dezembro de 2009
Joaquim Pinto da Silva (galego do sul, português do norte)
aqui :http://gilreu.blogspot.com/
terça-feira, dezembro 29, 2009
no mar tambem há escritores...
Apresentação do seu romance sábado 2 de Janeiro de 2010
Ás 19.00 horas na Vinoteca A dos Piñeiros, (Avda. da Pastora, 53. CAMBADOS)
.
terça-feira, novembro 24, 2009
figura em destaque...
reunião Assembleia Geral Federação Galega Cultura Maritima 20 dezembro 2003
Por vezes temos surpresas...
aqui:
http://boudevara.blogspot.com/2009/11/persoeiro-de-novembro.html
Obrigado Xaquin
domingo, novembro 22, 2009
sábado, novembro 07, 2009
Estaleiros Navais de Viana do Castelo
Parte da História de Viana do Castelo recente também se escreveu pelo surgimento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mais conhecido pelo nome de Estaleiros.
Uma pequena visão dos seus 65 anos de vida são agora apresentados num pequeno filme, concebido por Gonçalo Fagundes Meira, durante anos presidente do Grupo desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana, ele mesmo um dos grandes responsáveis pela edição anual dos livros dos Estaleiros e pela Revista Roda do Leme.
Com montagem de João Rego e locução de Ivone Marques, é uma agradável visita às memórias desta empresa.
a ver aqui:
segunda-feira, novembro 02, 2009
Caravela seiscentista naufragada no Rio Cávado
Hoje na edição do Jornal de Noticias a noticia:
aqui:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Esposende&Option=Interior&content_id=1407571
aqui:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Esposende&Option=Interior&content_id=1407571
Há vários anos que a Associação barcos do Norte tem vindo a fazer trabalhos de investigação na área da arqueologia subaquática. Inserido no nosso projecto nacional de investigação destacamos o IPARMALE – Inventário do Património Arqueológico relacionado com o Meio Aquático do Litoral de Esposende, sendo a noticia hoje veiculada no Jornal de Noticias um dos sítios de naufrágio já referenciados pela Barcos do Norte no referido Inventário.
terça-feira, outubro 13, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
Riba Acima vai para a água
É já amanhã pelas quatro da tarde que a réplica do barco de Riba Acima do rio Lima é lançado à água no Lugar da Passagem em Lanheses.
Esta embarcação com cerca de 13 metros de comprimento é uma replica o mais fiel possível, construída segundo as técnicas tradicionais, na antiga escola primária de Lanheses hoje sede da Junta de Freguesia.
Lanheses foi um importante local de passagem ente as duas margens do rio Lima desde tempos imemoriais, e agora esse lugar junto ao rio vai ser enriquecido com a colocação na água desta replica navegante, testemunho da memória de antigos barqueiros que do rio faziam o seu lugar de oficio.
É uma iniciativa da Junta de Freguesia de Lanheses, e conta com o apoio da Barcos do Norte
sexta-feira, julho 17, 2009
MADEIRAS DE RIO

Exposição de fotografia a inaugurar hoje pelas 21.30 horas na Junta de Freguesia de São Victor na cidade de Braga.
...As embarcações que hoje dizemos tradicionais são para a Barcos do Norte os barcos de trabalho de pequena dimensão, em madeira, de fabrico artesanal, movidos sem propulsão mecânica e que operavam junto do porto de origem.
Como embarcações tradicionais, apenas sobreviveram até aos nossos dias, algumas de transporte e pesca local, por serem pequenas e de fácil e económica manutenção, maioritariamente em mau estado ou transformadas para recreio.
As poucas que resistiram como objecto de interesse cultural, resultam da acção de Autarquias, Museus, Associações e Clubes Náuticos que agora procuram encontrar maneira de as colocar na água novamente, visto que a lei já não permite que “trabalhem”, no sentido tradicional do termo.
Se não trabalharem perdem-se os gestos, as palavras, as ideias e os conceitos associados a cada arte náutica onde o barco é tão só a peça mais visível.
Perde-se com cada embarcação uma parte significativa da nossa cultura intangível, porque imaterial.
É em busca desse legado que demanda a Barcos do Norte...
As fotos agora apresentadas a publico são o testemunho possível de muitas dessas embarcações do passado.
João Baptista 2009
Como embarcações tradicionais, apenas sobreviveram até aos nossos dias, algumas de transporte e pesca local, por serem pequenas e de fácil e económica manutenção, maioritariamente em mau estado ou transformadas para recreio.
As poucas que resistiram como objecto de interesse cultural, resultam da acção de Autarquias, Museus, Associações e Clubes Náuticos que agora procuram encontrar maneira de as colocar na água novamente, visto que a lei já não permite que “trabalhem”, no sentido tradicional do termo.
Se não trabalharem perdem-se os gestos, as palavras, as ideias e os conceitos associados a cada arte náutica onde o barco é tão só a peça mais visível.
Perde-se com cada embarcação uma parte significativa da nossa cultura intangível, porque imaterial.
É em busca desse legado que demanda a Barcos do Norte...
As fotos agora apresentadas a publico são o testemunho possível de muitas dessas embarcações do passado.
João Baptista 2009
quarta-feira, abril 08, 2009
quinta-feira, março 19, 2009
Povoa de Varzim, boletim cultural
Volume 42 2008
Edição comemorativa dos 50 anos da primeira publicação do Póvoa de Varzim Boletim Cultural editado pela Câmara Municipal.

A Barcos do Norte a convite da Directora do Boletim Dra. Maria da Conceição Nogueira também contribuiu com um artigo, Mulheres do Mar da Póvoa, acerca do papel da mulher na comunidade piscatória poveira.
Neste artigo é apresentado um inventário das profissões das mulheres do mar.
Inventário desenvolvido por entrevistas pela Associação Barcos do Norte entre 2002 e 2006
Separata do Póvoa de Varzim Boletim Cultural
domingo, fevereiro 01, 2009
Actividades da Barcos do Norte
Decorreu no último sábado dia 31 de Janeiro uma reunião do Conselho Assessor da Federação Galega pela Cultura Marítima e Fluvial na sua sede em Cambados.
O Conselho assessor, é composto por antigos membros das Juntas Directivas da Federação e por outras pessoas convidadas com forte implicação na vida da federação. Que me lembre nunca este conselho se tinha reunido. Para que a memória não se perca, foi uma ideia minha, a sua criação, na altura eu era vice-presidente da Federação durante o biénio de 2003 a 2005 sendo Xaquin Cuinas o Presidente. Foram dois anos difíceis, anos de mudança de mentalidades, a Federação deixou de ser vista como mais uma associação mas como uma direcção que representava todas as suas associações. Fiz ao longo destes anos todos, alguns milhares de quilómetros sempre por causa dos barcos, quase todos os fins-de-semana por lá andava. Deixei a direcção da Federação em Dezembro de 2007.
Na altura achamos por bem que se criasse um grupo de pessoas que nos momentos de decisões difíceis nos pudessem auxiliar com as suas opiniões. A Federação é composta por pessoas das mais distintas áreas mas que estão ligadas à cultura marítima porque todos se identificam com o barco, o símbolo por excelência da cultura marítima nas suas amplas vertentes.
O Conselho assessor, é composto por antigos membros das Juntas Directivas da Federação e por outras pessoas convidadas com forte implicação na vida da federação. Que me lembre nunca este conselho se tinha reunido. Para que a memória não se perca, foi uma ideia minha, a sua criação, na altura eu era vice-presidente da Federação durante o biénio de 2003 a 2005 sendo Xaquin Cuinas o Presidente. Foram dois anos difíceis, anos de mudança de mentalidades, a Federação deixou de ser vista como mais uma associação mas como uma direcção que representava todas as suas associações. Fiz ao longo destes anos todos, alguns milhares de quilómetros sempre por causa dos barcos, quase todos os fins-de-semana por lá andava. Deixei a direcção da Federação em Dezembro de 2007.
Na altura achamos por bem que se criasse um grupo de pessoas que nos momentos de decisões difíceis nos pudessem auxiliar com as suas opiniões. A Federação é composta por pessoas das mais distintas áreas mas que estão ligadas à cultura marítima porque todos se identificam com o barco, o símbolo por excelência da cultura marítima nas suas amplas vertentes.
Estivemos reunidos 11 membros da Federação; Anton, Fernando, Pablo, Victor, Braulio, Xocas, Dionísio, Isidro, Parada, Uxio e eu próprio.
Para aconchegar o estômago tínhamos pão queijo e presunto.
Das 12.30 até as 15.00 estivemos a falar de passado e futuro.
Depois fomos almoçar, seguiu-se o tradicional Cordeiro servido no bar a Fragua em S. Martinho de Meis, bar de um amigo de longa data onde quase sempre desde há uns anos terminamos as nossas reuniões, ali se come um cordeiro preparado com mestria acompanhado com um tinto Barrantes forte misturado com Gasosa que me faz lembrar o vinho tinto que se fazia em casa do Avó.
Entretanto alguns dos membros da nova direcção que estavam no almoço como tinham reunião pelas 17.00 da tarde foram-se embora.
A reunião continuou pela tarde agora só os antigos membros da directiva da Federação terminando depois das 18.30 .
Ficam algumas fotos para a posteridade.
A reunião continuou pela tarde agora só os antigos membros da directiva da Federação terminando depois das 18.30 .
Ficam algumas fotos para a posteridade.
Fotografias de João Baptista
domingo, novembro 23, 2008
A Catraia Nossa Senhora da Agonia em filmagens no rio Lima
Decorreram no Domingo dia 16 no estuário do rio Lima as filmagens com a embarcação tradicional Nossa Sr.ª da Agonia. Um domingo estupendo para a pratica de navegação, com bom vento e um sol magnifico.
As filmagens foram efectuadas por elementos da Associação Ao Norte, http://www.ao-norte.com/. com a colaboração do Clube de Vela de Viana do Castelo e da Associação Barcos do Norte e farão parte integrante do documentário sobre as embarcações tradicionais do rio Lima, filmagens que já levam alguns anos de investigação, podendo ser visto aqui a sinopse do trabalho em curso http://www.ao-norte.com/docs_em_prod_agua_arriba.htm
A embarcação atracada no pontão flutuante exterior da Marina de Viana do Castelo durante a tomada de algumas cenas relativas ao seu aparelhamento provocou a curiosidade de numerosas pessoas que a pé faziam a sua caminhada pela beira-rio, e que por ali ficaram a observar.
Durante cerca de três horas quem se acercou da beira-rio pode observar a catraia a navegar em toda a sua beleza, pois esta embarcação tem um porte e uma traça magnífica a navegar.
Pena que seja a única com estas características em Portugal a navegar ainda.
Sobre a Catraia Nossa Sra Da Agonia algumas notas de interesse:
CATRAIA PEQUENA OU BARCO DA FANECA DE VILA CHÃ
Em 2000 em Viana do Castelo, o Clube de Vela de Viana, inicia o projecto de salvaguarda e recuperação de uma embarcação original.
Em 2000 em Viana do Castelo, o Clube de Vela de Viana, inicia o projecto de salvaguarda e recuperação de uma embarcação original.
Embarcação filiada no modelo Poveiro, esta é uma Catraia Pequena ou Barco, com 5.5 mts, baptizada de “Nossa Sr.ª D`Agonia ” que arma 3 pares de remos e vela. Sendo esta uma embarcação com algumas características que a distinguem dos outros barcos, é uma embarcação originária de Vila Chã, freguesia a sul de Vila do Conde e que se dedicava à pesca da faneca, sendo por isso assim referenciada: Barco da faneca de Vila Chã, ou Fanequeira.
Esta embarcação é um barco original, construído cerca de 1977, nos seus últimos anos de vida na faina pescava na praia da Memória freguesia de Lavra, conselho de Matosinhos. Quando foi identificada por João Baptista em 1998 estava recolhida num armazém de praia, e já não pescava há vários anos por ter sido substituída por uma embarcação a motor de maior porte, (voadora). Desde essa data que nasceu a ideia da sua recuperação, sendo todo o projecto de recuperação e colocação na água a navegar da responsabilidade de João Baptista.
Esta embarcação é um barco original, construído cerca de 1977, nos seus últimos anos de vida na faina pescava na praia da Memória freguesia de Lavra, conselho de Matosinhos. Quando foi identificada por João Baptista em 1998 estava recolhida num armazém de praia, e já não pescava há vários anos por ter sido substituída por uma embarcação a motor de maior porte, (voadora). Desde essa data que nasceu a ideia da sua recuperação, sendo todo o projecto de recuperação e colocação na água a navegar da responsabilidade de João Baptista.
Depois de vários contactos a diversas entidades na cidade de Viana do Castelo durante dois anos só o Clube de Vela de Viana se mostrou disponível a acolher o projecto. Assim a sua recuperação foi possível, com o apoio da Câmara Municipal. Foi adquirida para integrar a Escola de Navegação tradicional do CVVC.
No mesmo ano 2000 realizou-se em Viana do Castelo o 1ª Encontro de Embarcações do rio Lima.
É hoje uma referência a nível nacional e internacional nos Encontros de Embarcações Tradicionais, nomeadamente na Espanha, Galiza, Málaga Cadaqués e França
Das particularidades interessantes desta embarcação destacamos o facto de em 1977 ainda se registarem em Portugal embarcações para a pesca local profissional à vela e remos, como consta no seu registo na capitania de Vila do Conde, que diz o seguinte:
A embarcação de pesca local denominada “SÔNIA MARIA” VC-1449-L foi registada nesta Repartição Marítima em 15 de Abril de 1977, á vela e remos.
Tipo de embarcação: Boca Aberta
Material do casco: Madeira,
Proa: Lançada, Popa: lançada.[1]
Sistema de propulsão: a Remos e vela
Classificação da embarcação: Pesca local com aparelhos de anzol.
As suas dimensões actuais são as seguintes:
Comprimento: 5.50mts,
Boca: 1.80mts,
Pontal: 0.60mts.
O Clube de Vela de Viana junta-se assim ao reduzido grupo de instituições no Norte de Portugal que têm embarcações tradicionais operacionais.
O retomar da participação da embarcação tradicional Nossa Sr.ª da Agonia em encontros de embarcações tradicionais resulta da colaboração entre a Associação Barcos do Norte e o Clube de Vela de Viana do Castelo
Na revista editada pela Federação Galaga pela Cultura Maritima e Fluvial,FGCMF no ano 2001 aquando do V Encontro de embarcações tradicionais da Galiza, sob o titulo Mares da saudade, foi publicado um pequeno texto sobre esta embarcação que pode ser consultado aqui:
http://www.culturamaritima.org/files/Revista-Poio-2001.pdf
[1] Construída a partir da ossada, também chamado de barco de duas proas, o qual a partir da quilha, da roda de proa, do cadaste e o cavername, tem uma forma muito esbelta uma ligeireza e elegância na água, fruto da sua proa muito lançada a terminar no capelo, e do cadaste de ré mais aprumado com popa a terminar fechada em bico. O pontal de proa maior, a boca mais afiada pelo seu lançamento e o seu bojo redondo com as cérceas de entrada e saída de água muito pronunciadas permitem que esta embarcação seja muito “maneira ou boieira” a navegar tanto a remos como á vela. Arma de dois a três pares de remos com cerca de 13 palmos (3metros), mastro e vela latina de pendão em pano-cru, geralmente encascado.
[1] Construída a partir da ossada, também chamado de barco de duas proas, o qual a partir da quilha, da roda de proa, do cadaste e o cavername, tem uma forma muito esbelta uma ligeireza e elegância na água, fruto da sua proa muito lançada a terminar no capelo, e do cadaste de ré mais aprumado com popa a terminar fechada em bico. O pontal de proa maior, a boca mais afiada pelo seu lançamento e o seu bojo redondo com as cérceas de entrada e saída de água muito pronunciadas permitem que esta embarcação seja muito “maneira ou boieira” a navegar tanto a remos como á vela. Arma de dois a três pares de remos com cerca de 13 palmos (3metros), mastro e vela latina de pendão em pano-cru, geralmente encascado.
João Baptista
Fotos de Ana Baptista 2008
sábado, novembro 22, 2008
A Barcos do Norte no Colóquio "Octávio Lixa Filgueiras: Arquitecto de Culturas Marítimas"
A Barcos do Norte esteve presente no Colóquio Internacional “Octávio Lixa Filgueiras: Arquitecto de Culturas Marítimas”, organizado pelo Museu Marítimo de Ílhavo na pessoa de Ivone Magalhães que:
-apresentou a comunicação Patrimónios marítimos e fluviais do Norte de Portugal: uma abordagem centrada numa experiência associativa - A Barcos do Norte, no dia 17 de Novembro;
-participou como oradora na "Mesa-Redonda" intitulada Um triângulo Imperfeito: a obra de Octávio Lixa Filgueiras; Patrimónios marítimos e embarcações tradicionais; Museologia marítima, coordenada por Luís Martins, no dia 18 de Novembro.
-apresentou a comunicação Patrimónios marítimos e fluviais do Norte de Portugal: uma abordagem centrada numa experiência associativa - A Barcos do Norte, no dia 17 de Novembro;
-participou como oradora na "Mesa-Redonda" intitulada Um triângulo Imperfeito: a obra de Octávio Lixa Filgueiras; Patrimónios marítimos e embarcações tradicionais; Museologia marítima, coordenada por Luís Martins, no dia 18 de Novembro.
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